FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é
elemento fundamental para estabelecermos comunicação com outras pessoas. Por
ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do falante,
divide-se em seis funções: Função referencial ou denotativa: transmite
uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz
comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa
do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa,
ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos,
jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais. Por
exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16
out. 2008.
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas emoções e
anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem
é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira
pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma
característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e
reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de
teor dramático ou romântico.
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O
homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos,
raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces,
Carlos Drummond de Andrade)
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de
alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou
apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre!
Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar
seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em
discursos políticos ou de autoridade.
Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema
pagando menos!
Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o
emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da
própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
dar a seu poema.
Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema
dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um
poema.
Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação
com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida
ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos
ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou
quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos
através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras,
da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações
dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em
letras de música.
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de
Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um
banqueiro, de acordo com o poeta.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
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