ANÁLISE DA
CONVERSAÇÃO
Análise
de Conversação é o
estudo da interação verbal e não verbal em situações cotidianas e procura
descrever a forma de interações formais e informais. Inspirado por ETNOMETODOLOGIA.
A Etnometodologia é
uma corrente sociolólica desenvolvida primeiramente nos Estados Unidos á partir da década de
1960. Alguns anos depois, chegou àEuropa. Trabalha com uma perspectiva de pesquisa compreensiva, em
oposição à noção explicativa. A Etnometodologia considera que a realidade
socialmente construída está presente na vivência cotidiana de cada um e que em
todos os momentos podemos compreender as construções sociais que permeiam nossa
conversa, nossos gestos, nossa comunicação etc.
Análise da conversação tem
um caráter interdisciplinar, na medida em que divide alguns pressupostos
teóricos com outras áreas, busca estabelecer relações com a exterioridade da
linguagem, problematizando a separação entre a materialidade da língua e seus
contextos de produção. Assim como a sociolinguística, a Pragmática, a análisedo
discurso, a Semiótica discursiva e a própria linguística textual, esta área
também mobiliza saberes de outras ciências como a Filosófica da linguagem, a
antropológica, a Historia, a sociologia, a psicanalise e as ciências
cognitivas.
O primeiro livro com o
titulo “Analise da conversação”, de LUIZ ANTÔNIO MARCUSCHI (1986/2007b) foi
lançado no Brasil na década de 1980. Para Marcushi a conversação é o exercício
pratico das potencialidades cognitivas dos humanos.
Como diria Luiz Antônio Marcuschi,
“a conversação é a prática social mais comum no dia-a-dia das pessoas”. É
através dela que podemos observar a nossa língua na prática, a nossa pontuação,
a nossa habilidade de nos comunicarmos com o outro (ou com os outros) de
maneira clara e objetiva, fazendo com que sejamos compreendidos. Em segundo
plano, a análise da conversação nos disponibiliza a construção de identidades
sociais no contexto real, sem artifícios ou correções – é a nossa naturalidade
como falante que domina. Mas, para realizarmos tal tarefa, é necessária uma
enorme coordenação de ações que vão além da simples habilidade linguística do
falante, preocupando-se com os conhecimentos paralinguísticos (gestos, por
exemplo) e sócia- culturais (região, educação, renda, entre outros), que
ultrapassam a visão de uma análise estrutural, passando para uma interpretação
individual de cada integrante da conversa. Cada falante é único. Cada falante
usa a sua língua de uma maneira diferente, sendo o contexto um dos principais
fatores de análise dessa atividade social. “A rigor, a Análise da Conversação
(aqui, tratada constantemente como AC), é uma tentativa de respondera questões
do tipo: como é que as pessoas se entendem ao conversar? Como sabem que estão
se entendendo? Como sabem que estão agindo coordenada e cooperativamente? Como
usam seus conhecimentos linguísticos e outros para criar condições adequadas à
compreensão mútua? Como criam, desenvolvem resolvem conflitos interacionais?”¹A
partir dos conhecimentos adquiridos com a leitura do livro Análise da
Conversação, de Luiz Antônio Marcuschi, e do conhecimento adquirido em sala de
aula, buscamos, neste trabalho, analisar uma conversa de caráter
familiar.¹MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo:
Ática, 2007.
Para a Etnometodologia, os
analistas têm de ser perceptivos aos fenômenos interacionais, centrando-se nos
detalhes estruturais do processo interativo. Veja a seguir três níveis
essenciais desse enfoque apontados por Hilgert(1989apud MARCUSCHI, 2007b):
1)MACRONIVEL:
Nas fases conversacionais- abertura, fechamento e parte central, e o tema
central e subtemas da conversação.
2)NIVEL
MEDIO: Turno conversacional, tomada de turnos, sequencia conversacional, atos
de fala e marcadores conversacionais.
3)MICRONIVEL:
Elementos internos do ato de fala, que constituem sua estrutura sintática,
lexical, fonológica e prosódica.
A analise
estabelece o texto como seu objeto de estudos, esta área dedica-se
exclusivamente para o texto oral, natural e presencial o texto produzido em situações
espontâneas. Textos artificiais são novelas cinemas e etc.
Aquilo
sobre oque se fala na AC e o fio condutor da conversação e a unidade funcional
da conversação e o período de tempo em que cada falante ocupa.
Os
recursos não verbais são de grande relevância na transcrição e analise das
conversaçõesSteinberg (1988 apud DIONÍSIO ,2001 , p . 77 ) sistematiza os
recursos não-verbais normalmente empregados nas conversações ..
1.PARALINGUAGEM
- pequenos sons emitidos pelo aparelho fonador que não constituem signos
linguísticos , mas interferem na significação :hm hm , shiiii , tsctsc.
2.
CINÉSICA: movimento do corpo,mãos, gestos na conversação.
3.
PROXÊMICA: proximidade / distancia entre os interlocutores.
4.TACÊSICA:
uso de toque durante a conversação.
5
SILÊNCIO: ausência de conversação , mas que ás vezes diz mais que mil palavras
: falamos , portanto , com a voz e com o corpo.
Revisamos, em
linhas gerais, as noções básicas que norteiam os estudos que se valem da abordagem
teórico-metodológica da Análise da Conversa, ou como vem sendo chamada mais
recentemente pelos seus pesquisadores, dos estudos da fala-em-interação.
Revisamos conceitos básicos que orientam as análises baseadas em eventos
interacionais para entender como as pessoas realizam ações através de suas
falas.
Um pressuposto importante para se realizar pesquisas numa
perspectiva de AC é
analisar interações naturalísticas. A palavra
“naturalística” indica que os dados não são experimentais ou gerados a partir
de um roteiro prévio, mas que foram coletados no ambiente em que eles aconteceram.O
objetivo central de pesquisas em Análise da Conversa é a descrição e a
explicação das competências que os falantes comuns usam e de que se valem para
participar de interações inteligíveis e socialmente organizadas. Em sua forma
mais básica, esse objetivo é descrever os procedimentos por meio dos quais os
participantes produzem seus próprios comportamentos e entendimentos e por meio
dos quais lidam com o comportamento dos outros. Uma concepção básica é a
proposta de Garfinkel (1967: 1) de que essas atividades - produzir
comportamento e entendimento e lidar com isso – são realizadas como produtos de
um conjunto de procedimentos passíveis de serem explicados (HERITAGE e
ATKINSON, 1984: 1).
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