quinta-feira, 22 de maio de 2014


ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO

Análise de Conversação é o estudo da interação verbal e não verbal em situações cotidianas e procura descrever a forma de interações formais e informais. Inspirado por ETNOMETODOLOGIA.
A Etnometodologia é uma corrente sociolólica desenvolvida primeiramente nos Estados Unidos á partir da década de 1960. Alguns anos depois, chegou àEuropa. Trabalha com uma perspectiva de pesquisa compreensiva, em oposição à noção explicativa. A Etnometodologia considera que a realidade socialmente construída está presente na vivência cotidiana de cada um e que em todos os momentos podemos compreender as construções sociais que permeiam nossa conversa, nossos gestos, nossa comunicação etc.
Análise da conversação tem um caráter interdisciplinar, na medida em que divide alguns pressupostos teóricos com outras áreas, busca estabelecer relações com a exterioridade da linguagem, problematizando a separação entre a materialidade da língua e seus contextos de produção. Assim como a sociolinguística, a Pragmática, a análisedo discurso, a Semiótica discursiva e a própria linguística textual, esta área também mobiliza saberes de outras ciências como a Filosófica da linguagem, a antropológica, a Historia, a sociologia, a psicanalise e as ciências cognitivas.
O primeiro livro com o titulo “Analise da conversação”, de LUIZ ANTÔNIO MARCUSCHI (1986/2007b) foi lançado no Brasil na década de 1980. Para Marcushi a conversação é o exercício pratico das potencialidades cognitivas dos humanos.
Como diria Luiz Antônio Marcuschi, “a conversação é a prática social mais comum no dia-a-dia das pessoas”. É através dela que podemos observar a nossa língua na prática, a nossa pontuação, a nossa habilidade de nos comunicarmos com o outro (ou com os outros) de maneira clara e objetiva, fazendo com que sejamos compreendidos. Em segundo plano, a análise da conversação nos disponibiliza a construção de identidades sociais no contexto real, sem artifícios ou correções – é a nossa naturalidade como falante que domina. Mas, para realizarmos tal tarefa, é necessária uma enorme coordenação de ações que vão além da simples habilidade linguística do falante, preocupando-se com os conhecimentos paralinguísticos (gestos, por exemplo) e sócia- culturais (região, educação, renda, entre outros), que ultrapassam a visão de uma análise estrutural, passando para uma interpretação individual de cada integrante da conversa. Cada falante é único. Cada falante usa a sua língua de uma maneira diferente, sendo o contexto um dos principais fatores de análise dessa atividade social. “A rigor, a Análise da Conversação (aqui, tratada constantemente como AC), é uma tentativa de respondera questões do tipo: como é que as pessoas se entendem ao conversar? Como sabem que estão se entendendo? Como sabem que estão agindo coordenada e cooperativamente? Como usam seus conhecimentos linguísticos e outros para criar condições adequadas à compreensão mútua? Como criam, desenvolvem resolvem conflitos interacionais?”¹A partir dos conhecimentos adquiridos com a leitura do livro Análise da Conversação, de Luiz Antônio Marcuschi, e do conhecimento adquirido em sala de aula, buscamos, neste trabalho, analisar uma conversa de caráter familiar.¹MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.
Para a Etnometodologia, os analistas têm de ser perceptivos aos fenômenos interacionais, centrando-se nos detalhes estruturais do processo interativo. Veja a seguir três níveis essenciais desse enfoque apontados por Hilgert(1989apud MARCUSCHI, 2007b):
1)MACRONIVEL: Nas fases conversacionais- abertura, fechamento e parte central, e o tema central e subtemas da conversação.

2)NIVEL MEDIO: Turno conversacional, tomada de turnos, sequencia conversacional, atos de fala e marcadores conversacionais.

3)MICRONIVEL: Elementos internos do ato de fala, que constituem sua estrutura sintática, lexical, fonológica e prosódica.

A analise estabelece o texto como seu objeto de estudos, esta área dedica-se exclusivamente para o texto oral, natural e presencial o texto produzido em situações espontâneas. Textos artificiais são novelas cinemas e etc.
Aquilo sobre oque se fala na AC e o fio condutor da conversação e a unidade funcional da conversação e o período de tempo em que cada falante ocupa.
Os recursos não verbais são de grande relevância na transcrição e analise das conversaçõesSteinberg (1988 apud DIONÍSIO ,2001 , p . 77 ) sistematiza os recursos não-verbais normalmente empregados nas conversações  ..

1.PARALINGUAGEM - pequenos sons emitidos pelo aparelho fonador que não constituem signos linguísticos , mas interferem na significação :hm hm , shiiii , tsctsc.

2. CINÉSICA: movimento do corpo,mãos, gestos na conversação.

3. PROXÊMICA: proximidade / distancia entre os interlocutores.

4.TACÊSICA: uso de toque durante a conversação.

5 SILÊNCIO: ausência de conversação , mas que ás vezes diz mais que mil palavras : falamos , portanto , com a voz e com o corpo.


 Revisamos, em linhas gerais, as noções básicas que norteiam os estudos que se valem da abordagem teórico-metodológica da Análise da Conversa, ou como vem sendo chamada mais recentemente pelos seus pesquisadores, dos estudos da fala-em-interação. Revisamos conceitos básicos que orientam as análises baseadas em eventos interacionais para entender como as pessoas realizam ações através de suas falas.
Um pressuposto importante para se realizar pesquisas numa perspectiva de AC é


analisar interações naturalísticas. A palavra “naturalística” indica que os dados não são experimentais ou gerados a partir de um roteiro prévio, mas que foram coletados no ambiente em que eles aconteceram.O objetivo central de pesquisas em Análise da Conversa é a descrição e a explicação das competências que os falantes comuns usam e de que se valem para participar de interações inteligíveis e socialmente organizadas. Em sua forma mais básica, esse objetivo é descrever os procedimentos por meio dos quais os participantes produzem seus próprios comportamentos e entendimentos e por meio dos quais lidam com o comportamento dos outros. Uma concepção básica é a proposta de Garfinkel (1967: 1) de que essas atividades - produzir comportamento e entendimento e lidar com isso – são realizadas como produtos de um conjunto de procedimentos passíveis de serem explicados (HERITAGE e ATKINSON, 1984: 1).

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