sexta-feira, 30 de maio de 2014

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é elemento fundamental para estabelecermos comunicação com outras pessoas. Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do falante, divide-se em seis funções: Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais. Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)
                                                                                           
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.
Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!

Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.

Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.

Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música.
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0

Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras


Tratamos nessa parte as definições e exemplos sobre dois conceitos importantes na Língua Portuguesa. Os conceitos trabalhados serão o de Pressuposto e Implícito.
Pressuposto: Indica uma ação lógica, algo que é possível se deduzir, concluir, principalmente através de frases ou falas. Vamos a alguns exemplos:
1)    Continua chovendo em São Paulo. ( Pressupõe-se que já estava chovendo ).
2)    João engordou mais ainda de uns anos para cá. (Pressupõe-se que João já era gordo antes)
Implícito: É uma informação, uma ideia contida em uma imagem ou texto, mas que não esta explicativamente demonstrada, e que requer uma compreensão do contexto em que acontece para ser entendida.

                                                   Formação de Palavras

Cada palavra é separada em três partes principais, sendo elas:

Radical: Parte permanente da palavra, que está presente em todas as derivações originárias da palavra primitiva. Exemplos: Casa, Casebre, Casarão, Caseiro.

Observe que em todos os casos em que se formaram as palavras, a única parte que permaneceu em todas elas é CAS, sendo ela o radical da palavra Casa, a única parte existente em todas as derivações.

Afixos: Os afixos são responsáveis por transformar uma palavra primitiva em varias outras originárias dela, sendo isso possível, principalmente através dos processos de Prefixação ( Antes do radical) e Sufixação ( Depois do radical).

Prefixo: Ocorre quando o acréscimo, ou afixo, vem antes da palavra, formando uma nova palavra. Exemplos: Descartável, Refazer, Desleal, Deselegante.

Sufixo: Ocorre quando o acréscimo vem no final da palavra. Exemplos: Plantação, Folhagem, Doceria, Legalmente.

Parassíntese: São palavras formadas tanto pelo processo de prefixação, quanto o de sufixação. Daremos alguns exemplos:

a) Enriquecer: Observe o prefixo em + o sufixo cer, necessários para a formação da palavra.
b) Anoitecer: junção do prefixo a + o sufixo cer.




terça-feira, 27 de maio de 2014

Termos essenciais da Oração
Sujeito /Predicado

Termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O mais importante dos dois, núcleo da oração, é o predicado: há orações sem sujeito (com verbos impessoais), mas não as há sem predicado. “Pensamos por meio de predicado” e “o processo (verbal) pode ser concebido em si  mesmo”. De certa forma, o sujeito é um adjunto do verbo. Mas, sob outra perspectiva, pode-se ver o verbo como adjunto do sujeito: o homem trabalha →o homem trabalhador.
Predicado: “é aquilo que se diz do sujeito”: Todo homem é mortal.Ele trabalha. Na oração sem sujeito (impessoal), o predicado “é a enunciação pura de um fato qualquer”: Esta ventando.Chove. Estava trovejando, quando voltei.
Sujeito e predicado estão implícitos nesta regra de reescrita da Oração: Oração →(Sintagma Substantivo) Sintagma Verbal.Sujeito é a relação entre o primeiro membro e Oração; e a relação entre o segundo membro e Oração é o predicado.

Sujeito
O sujeito – “ser de quem se diz alguma coisa” (O homem chegou. O povo elegeu-o deputado. Pedro e Paulo são irmãos). – tem por núcleo um substantivo (nome e pronome) ou palavra substantivada, ou é uma oração (subordinada substantiva subjetiva).
a)      Simples – quando tem um só núcleo (substantivo: nome ou pronome): O vento assobia la fora. Alguem esta chamando. Considera – se também simples o sujeito constituído de vários substantivo sinônimos que, coordenados, deixam o verbo no singular. A Botanica ou Fitologia é a ciência das plantas.
b)      Composto , qunado tem mais de um núcleo (dois ou mais substantivos: nomes ou pronomes), o que se reflete na concordância verbal: A saúva e a seca são prejudiciais à plantação. Ela e eu saímos.
c)       Indeterminado, aquele que implica um agente humano (singular  ou plural) que não se enuncia, por não querer, por ignorar-se quem seja, ou por não ser necessário: Andam dizendo por aí que ... Falar é fácil.
d)      Inexistente, na oração sem sujeito: não há agente a que se possa atribir o processo verbal, o predicado: Trovejou a noite inteira. Faz calor. É primavera.

Predicado
Predicado é “aquilo que se afirma do sujeito”, quando este existe; caso contrario, é o “enunciado puro de um fato qualquer”: Chove. Era tarde.
a)      Nominal, predicado que tem como núcleo, como elemento significativo , um nome ou pronome (substantivo, adjetivo, advérbio):  A terra é redonda. Eu não sou você.
b)      Verbal, predicado que tem por núcleo um verbo ou locução verbal: A terra gira.Está ventando lá fora.
c)       Verbo-Nominal, é o predicado complexo, misto com núcleo ao mesmo tempo, verbal e nominal: O dia amanheceu chuvoso.


Predicativo

Chama-se predicativo 1) à parte significativa nuclear do predicado nominal; 2) ao elemento nominal do predicado verbo-nominal.Exs:1) Antonio é formado em Medicina;   2) Eles o consideram entendido em assuntos de filosofia.

1)      Ao sujeito, predicativo do sujeito: a) no predicado nominal: O homem é o rei da criação.b) no predicado verbo-nominal: O trem chegou atrasado.
2)      Ao objeto, predicativo do objeto: Elegeram-no deputado. Nomeá-lo-emos nosso chefe.

Predicação Verbal
O resultado da conexão entre sujeito e verbo, verbo e complementos – é a predicação ou regência verbal. Quando essa conexão se faz pelo verbo, sem necessidade de complementos (objetos), diz –se que o verbo é de predicação completa; se pelo contrario, é indispensável o complemento, então o verbo é de predicação incompleta. Chama-se:
a)      Transitivo: o verbo de predicação incompleta: amar, odiar, depender, falar, gostar, colocar, pôr, etc.;
b)      Intransitivo: o verbo de predicação completa: brincar, caminhar, viver, morrer, sorrir, etc.
Classes de verbos
O verbo de ligação “une” um sujeito a um predicativo, o ser  a seu atributo.Os verbos de ligação ligam ao sujeito uma noção de essência ou estado.Segundo o aspecto que eles apontam neste, podem-se distinguir cinco classes:
1)      Ser – indica estado normal, habitual,, atributo inerente : Paulo é inteligente.
2)      Estar , andar, achar-se, etc- indicam estado recente, passageiro, ou atributo adquirido: Paulo está triste.
3)      Ficar, tornar-se, fazer-se, meter-se, acabar, sair, figurar, etc: indicam mudança de estado: Tornou-se professor. Fez-se advogado.

Orações Coordenadas
Orações independentes – levam o nome de coordenadas. 1)Por meio de uma das conjunções coordenativas (v. conjunção), caso em que se chamam sindéticas e recebem o nome da respectiva conjunção. 2) por simples justaposição, separadas umas das outras por pequenas pausas, marcadas na escrita por meio da virgula; neste caso se dizem assindéticas.
Coordenadas Sindéticas:
a)      Aditivas: Leio e escrevo. Não leio nem escrevo.
b)      Adversativa: Lê, mas não escreve. Estuda, mas não aprende.
c)       Alternativa: Lê ou escreve.
d)      Conclusivas: Es homem, logo portanto és mortal.
e)      Explicativa: Não fumes aqui, que porque, pois, porquanto é perigoso.

Oração Subordinada
Oração subordinada, como vimos, é a que depende de outra (principal).Só pode haver oração subordinação onde há uma principal: os termos são correlatos.Não há principal sem subordinada , nem subordinada sem principal.

As três espécies de subordinadas
Para interpretar e classificar as orações subordinadas é preciso examiná-las em relação à principal de que dependem. Fazem parte dessa oração principal, são termos dela com predicado próprio. Funcionam como substantivos, adjetivos ou advérbios da oração regente.Daí a tripartição das orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.
1)      Substantivas: exercem funções próprias de substantivo (sujeito, predicativo, objeto direto e indireto, complemento ou adjunto nominal)
2)      Adjetivas: tem funções de adjetivo ( adjunto adnominal, aposto), restringem ou “explicam” um substantivo da oração principal.
3)      Adverbiais: funcionam como advérbio (adjunto adverbiais) da oração principal.
Orações subordinadas  substantivas
As orações subordinadas Substantivas recebem este nome por desempenharem papel  de substantivos das orações principais de que dependem.Exercem as principais funções sintáticas próprias ao substantivo: são sujeito, objetos (direto e indireto), complemento nominal, predicativo, etc das orações regentes.Daí as classificações das orações substantivasominais, predicativas, etc.
a)      Subjetivas: funciona como sujeito da oração de que dependem.
b)      Objetiva direta: exercem a função de objeto direto da respectiva oração principal.
c)       Objetiva direta: São objetos indiretos das respectivas orações principais, regidos por verbos transitivos indiretos.
d)      Completivas nominais: São complementos nominais de um substantivo, adjetivo, ou particípio das respectivas orações principais.
e)      Predicativas: são predicativos das orações de que dependem.
f)       Apositiva: funcionam como aposto da respectiva oração principal.
g)      Agente da passiva: São sempre justapostas, introduzidas por pronome relativo sem antecedentes, regido pela preposição por ou de.
h)      Adjuntivas adnominais: De um substantivo da respectiva oração principal.

Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas Adjetivas leva este nome por funcionarem como adjetivos da respectiva oração principal.Desempenham o papel de adjunto adnominais de um substantivo (nome ou pronome) da respectiva oração principal.São introduzidas  por um pronome  relativo, a menos que sejam reduzidas.
a)      Restritivas: Determinam o substantivo regente.
b)      Explicativa: funcionam como aposto do substantivo regente.
Orações Subordinadas adverbiais
As orações subordinadas Adverbiais tem valor de advérbio, adjuntos adverbiais da respectiva oração principal.
a)Causais – indicam a causa do que afirma o predicado da oração principal.
b)Comparativas-traduzem comparações .
c) Concessivas- indica concessão.
d)Condicionais: exprimem condições.
e)Conformativas: denotam conformativa.
f)Concessiva: expressam resultados, conseqüência.
g)Temporais: Exprimem circunstância de tempo.









Além do contexto necessário para que a leitura tenha um entendimento, o texto também precisa ser coerente. De modo que a leitura tenha uma harmonia e nenhuma falha gramatical que prejudique o sentido proposto pelo autor, isso é chamado de coerência, o que deixa a harmonia fluir no texto e coloca um sentido para os acontecimentos narrados ou descritor. Segundo disse Platão &Fiorin, “coerência deve ser entendida como unidade de texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório e nada desconexo. No texto coerente não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais”
Dentro do sentido da coerência textual há três tipos de erros:
Narrativa: É quando uma informação dada contradiz uma anterior, não fazendo nenhuma lógica no contexto criado pelo autor. Exemplo:José está no Brasil fazendo algo, e descobre que precisa ir para a Europa ver um amigo que está no hospital, o que o preocupa. Ao desligar o telefone ele encontra com um amigo na rua e vai para um bar, onde ele bebe e conversa tranquilamente a noite toda.
Temos acima uma incoerência narrativa, pois se José estava preocupado com o amigo e teria que ir para a Europa para vê-lo, ele não passaria uma noite tranqüila bebendo no bar, como se não houvesse ocorrido nada de diferente em seu dia.
Figurativa:Ocorre quando a descrição de algo que envolve um personagem não condiz com os atos dele. Exemplo: No quarto do Nick há vários pôsteres de surf e mulheres, pranchas de surf, além de ele manter o quarto muito bagunçado e não ter sequer um livro, apenas revistas de esporte. Mas no dia-a-dia ele participar do clube de xadrez da escola e conversar sobre literatura brasileira com os colegas do clube.
Temos acima uma incoerência figurativa, pois presume-se que pelo quarto ele adere o estilo de um esportista e que não passa o dia em um lugar como um clube de xadrez. O que são idéias contrárias.
Argumentativa: É a incoerência que pode ocorrer em dissertações e textos argumentativos, quando o autor faz começa a falar de uma opinião dele sobre o tema discorrido e logo se contradiz com argumentos contrários. Exemplo: Em uma dissertação sobre a II guerra mundial a introdução a retrata como a maior atrocidade da história da humanidade, mas no desenvolvimento fala do evento de outro ponto de vista, usando argumentos ao favor do nazismo e da expansão territorial.
Ao que o autor começou falando contra o nazismo e seus atos, ele não poderia de forma nenhuma falar em defesa daquilo que ele repudiou na introdução da dissertação. Acabando com a idéia e senso incoerente.
Um texto que escrevemos pode ser coerente e fácil de entender dentro de um contexto, deixando para o leitor uma ideia clara da proposta do texto, mas se não for coeso a leitura é dificultada, dependendo até pode mudar o sentido de algumas frases.Para isso existe a coesão textual, que são palavras usadas para ligarmos frases e deixarmos o texto palpável, tirando o cansaço que ele pode dar se mal escrito. É exatamente o uso excessivo de vírgula e pontos finais que desgasta um texto e tira parte de sua estética, para evitar isso é usado o que chamamos de elementos coesivos.
Há várias classificações para os elementos coesivos que podem usados, como por exemplo:
Exemplificação: Por exemplo, isto é, tal como,...
Contraste:Mas, contudo, todavia, entretanto,...
Comparação: Da mesma forma que, assim como, similarmente,...
Acréscimo de ideias: E, também, fora,...
Numeração: Primeiro, primeiramente, para começar,...
Consequência: Então, portanto, assim, consequentemente,...
Ênfase: Realmente, de fato, certamente, na verdade,...
Causa: Por que, por causa de, por esta razão,...
Resumo: Assim, em suma, para concluir,...
Condição: Se, a menos que, apenas se, só se, caso,...
Tempo: Quando, a menos, sempre que,...
Paralelismo: Enquanto.
Concessão: Embora, apesar de, a menos que, ainda que, mesmo que,...
Explicação: Que, portanto, porquanto,...
Finalidade: Para, para que, a fim de que, de modo que,...

Cada categoriae exemplo de coesão textual acima tem um proposito específico, que se usado corretamente pode deixar um texto mais fácil de ser lido e cria um ritmo agradável para o leitor.
Sentidos no Texto
Todo texto precisa de um sentido, um caminho seguido pelo leitor, que é necessário ser construído anteriormente pelo produtor do texto. O sentido de um texto na teoria é divido em duas partes: processamento textual e organização estrutural.

Processamento Textual
O texto deve sempre ser entendido como um processo. Quando escrevemos um texto, toda ação precisa ser acompanhada por processos cognitivos. O produtor do texto precisa ter certos conhecimentos para que o que ele está produzindo tenha um conteúdo e uma boa definição do que está tentando passar, o que chamamos de conhecimento de memória, pois são fatores tirados da mente de quem escreve e é passado para as palavras, além de ser difícil escrever um texto bom sem usar sua carga de experiência e conhecimento, o que é em um texto enaltece um todo.
Segundo estudiosos o conceito do processamento textual se dividem em três grandes sistemas de conhecimento, que são responsáveis pelo processamento textual:
1)      Linguístico: Corresponde ao conhecimento da gramatica que o autor possui. Esse conhecimento que será importante na escolha das palavras a serem usadas, inclusive no uso dos elementos coesivos. Afinal, um texto com um bom vocabulário é tido por muitos como um texto bem escrito.
2)      Enciclopédico ou de mundo: Corresponde às informações armazenadas na memoria de cada individuo, é um conhecimento que abrange tudo pelo que o produtor do texto já passou, já leu ou já refletiu. Seja situações histórias ou uma simples conversa com outra pessoa, tudo pode ser usado em um texto, seja para comparação ou um embasamento.
3)      Interacional: Corresponde aos meios de linguagem e ações escritas pelo produtor, que são divididos em três tipos de conhecimentos:
a.       Ilocucional:Reconhece os objetos pretendidos pelo autor do texto, deixando claro quem são personagens e o que são os locais usados, tendo um papel de situar o leitor segundo a intencionalidade do autor.
b.      Comunicacional: É aquantidade de informação necessária para que o leitor seja capaz de reconstruir um objeto após a leitura de um trecho, ativando seu conhecimento de mundo.
c.       Metacomunicativo: É aquilo que permite assegurar a compreensão de um texto por parte do leitor, fazendo uso do contexto para um bom entendimento do leitor sobre o tema pretendido pelo autor.
d.      Superestrutural:É o que denota que tipo de texto que está sendo lido, seguindo uma fórmula certa para cada tipo textual.

Organização Estrutural
Este é um conceito que para alguns autores se orientam a partir de três níveis estruturais e inter-relacionáveis entre si: Superestrutural, Macroestrutural e microestrutural.
1)      Superestrutural: Se refere tanto às estruturas textuais globais que permitem o reconhecimento dos gêneros ou tipos, como também envolve o conhecimento sobre estratégias esquemáticas cognitivas relacionadas à significação global da base textual. São estratégias facilitadoras na produção de textos que acionam na memória o conhecimento armazenado.
2)      Macroestrutural: Conceito referente à coerência textual, o conhecimentos responsável por construir a significação global no texto através dos processos de produção e compreensão textual analisados numa leitura. A construção da coerência textual depende da organização feita pelo autor, por exemplo: Linguística, cognitiva, sócio cultural, interacional e pragmática. Platão &Fiorin definem a coerência textual como o que diferencia um texto de um aglomerado de frases.
3)      Microestrutural: São as relações coesivas lineares que dizem respeito ao modo como esses elementos estão presentes no texto. Construída através de mecanismosgramaticais, que definem as relações entre frases e sequencias de frases.


Texto e Contexto

O texto não é um mero aglomerado de frases. Mesmo que seja um conjunto diferenciado delas, uma não sobrevive sem a outra, pois elas sozinhas perdem o sentido real proposto pelo autor, pois toda e qualquer informação dada em um texto é interligada a uma anterior ou posterior. Se alguém começa a leitura de uma frase do meio de um texto, ela não fará sentido, pois precisaria saber das anteriores e saber como o autor chegou àquele trecho lido, isso é a interligação dita anteriormente, quando uma frase sozinha só tem o valor apropriado se estando em um conjunto, cada uma fortificando e acrescendo ao sentido do texto, criando assim um contexto.
O contexto seria todo o significado que as palavras juntas trazem.Significado que dá vida às ações, narrações, argumentações ou acontecimentos. Sem o contexto esclarecido pelo leitor, não há lógica para quem o lê, pois é ele quem explica o que aconteceu e deixa um pano de fundo para ser levado consigo até o fim da leitura.
Além do entendimento, o contexto precisa de certos apoios para fazer sentido ao leitor. São os outros fatores dados como importantes, como a memória do leitor, onde buscamos imagens vivenciais, locais, sociais e a relação com os outros, além de outras informações importantes que nos moldam. Servindo com um bando de dados que auxilia na leitura e na compreensão.
Como por exemplo, em dissertações, onde precisamos começá-la com uma introdução do tema, dando um contexto para que o leitor enxergue as argumentações usadas se baseando no assunto referido na introdução e possa entender o ponto de vistae a opinião do autor sobre o tema proposto.
As argumentações também podem ser chamadas de contextualizações. Como em um texto narrativo, onde o contexto é o plano que rege toda a história, o que motiva a continuidade da história e a motivação dos personagens, lhes dá objetivos e justifica seus atos. Por isso que não dá para começar a ler um livro no meio, pois você vai enxergar uma situação sem contexto, o que prejudica o bom entendimento da leitura. Muitas vezes também um texto é ambíguo e possui situações implícitas, deixando para o leitor buscar essas informações por si só e criando uma interpretação própria do ocorrido nos parágrafos, fazendo-o usar o que é chamado de “conhecimento de mundo”.
Abaixo temos um exemplo de um texto assim:

“Eu encontrei um viajante de uma terra antiga
Que disse:—Duas gigantescas pernas de pedra sem torso
Erguem-se no deserto. Perto delas na areia,
Meio afundada, jaz um rosto partido, cuja expressão
E lábios franzidos e escárnio de frieza no comando
Dizem que seu escultor bem aquelas paixões leu
Que ainda sobrevivem, estampadas nessas partes sem vida,
A mão que os zombava e o coração que os alimentava.
E no pedestal estas palavras aparecem:
"Meu nome é Ozymandias, rei dos reis:
Contemplem minhas obras, ó poderosos, e desesperai-vos!"
Nada resta: junto à decadência
Das ruínas colossais, ilimitadas e nuas
As areias solitárias e inacabáveis estendem-se à distância.”
Ozymandias; Bysshe Shelley, Percy; 1818.


O soneto acima faz uso de palavras complexas e uma situação até então sem sentido lógico para que o leitor entenda o fundo daquilo fazendo uma comparação com algo real. Criando algo profundo e de difícil entendimento, mas que dá para perceber perfeitamente seu sentido se o leitor parar para pensar e refletir sobre o que foi lido. Assim funcionammuitas obras, onde o contexto está oculto, afim de que o leitor tenha uma carga de conhecimento boa o suficiente para que compreenda seu sentido. São trechos conjuntos que formam uma profunda interpretação, e quem não possui um grau de conhecimento de leitura não consegue interpretar o real sentido proposto pelo autor.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Noções de Texto


Noções de texto: Unidade de sentido                                                      


A condição fundamental para estabelecer interação de maior/menor intensidade, durabilidade e qualidade no processo autor-texto-leitor é levar em conta os conhecimentos do leitor. Na atividade de leitura é ativado: lugar social, vivências, relações com o outro, valores da comunidade e conhecimentos textuais. Leitura e produção de sentido são atividades formadas por:

·         Conhecimentos de língua e das coisas do mundo;
·         Lugares sociais;
·         Crenças;
·         Valores;
·         Vivências.
 
Texto e Contexto

Texto não se resume apenas a um aglomerado de frases e palavras. Para compreender qualquer passagem de um texto, é necessário analisa-las junto às demais partes que o compõe para evitar dar-lhe significado contrário.

Contexto é uma unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade linguística menor.

Segundo Platão & Fiorin (1997, pág 13):
“Nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o produziu...”
 

Como chegar ao texto

Ao expor uma ideia ou tema, fazemos uma argumentação. Ao discutir uma ideia ou opinião alheia no contexto de nosso discurso, estamos contextualizando.
 

O texto e suas relações com a história – Fonte de conhecimento

Todo texto é uma expressão de uma realidade.

As concepções e crenças, ideias e valores não são tirados do nada; surgem das condições de existência.  As concepções racistas, por exemplo, surgiram numa época em que certos países – necessitando de mão-de-obra – iniciaram a escravidão de negros. Essas concepções impulsionaram quando países europeus iniciaram a colonização da África e Ásia. A colonização é, assim, justificada por um ideal: expandir a civilização.


(...)

Assim, analisar as ideias presentes num texto é estudar o diálogo existente entre eles.

 

Coerência e Coesão


Coerência
 

É uma das principais partes do conhecimento textual. Há várias formas para distinguir a coerência em um texto. As mais empregadas são:

·         coerência narrativa;

·         coerência figurativa;

·         coerência argumentativa.


1)      Coerência narrativa

Um exemplo de incoerência narrativa, extraída de uma redação de vestibulando:

“Lá dentro havia uma fumaça formada pela maconha e essa fumaça não deixava que nós víssemos qualquer pessoa, pois ela era muito intensa.

Meu colega foi à cozinha me deixando sozinho; fiquei encostado na parede da sala observando as pessoas que lá estavam. Na festa havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas, etc.”

Aqui ocorre uma incoerência narrativa, porque o sujeito não podia ver e viu: “lá dentro havia uma fumaça formada pela maconha e essa fumaça não deixava que nós víssemos qualquer pessoa...

Outro exemplo de incoerência ocorre com relação à caracterização de personagens e às ações a elas atribuídas. O narrador descreve a personagem e logo em seguida muda a caracterização sem uma explicação aceitável.

 

2)      Coerência figurativa

Compreende a harmonia textual, ou seja, o significado das figuras do texto. As figuras ocorridas em um texto devem ser articuladas coerentemente, mantendo um único ponto temático. Um exemplo:

Se o tema de um texto é “preocupação” ocorrerá incoerência se descrevermos uma cena de “pessoas correndo ou apressadas para irem para o trabalho.”

 

3)      Coerência argumentativa

Comete-se o erro de incoerência argumentativa quando os dados não permitirem coerências com as conclusões que foram tiradas em um texto. Exemplo:

Quando se defende o ponto de vista de que o homem deve buscar o amor e a amizade, não se deve dizer em seguida que não se pode confiar em ninguém e o melhor é viver isolado.

 

Coesão


A coesão diz respeito à estrutura formal do texto.

Ela é construída através de mecanismos gramaticais. Os elementos coesivos servem para agrupar as ideias de um texto, com a finalidade de evitar repetições de palavras. Podem até mesmo substituir expressões.

A coesão diz respeito ao modo como os elementos presentes na superfície textual estão interconectadas através de recursos linguísticos.

Existem várias possibilidades de coesão textual e podem ser agrupadas em três tipos:

1)      Coesão referencial: Tem a função de estabelecer referência. Não são interpretadas semanticamente por um sentido próprio, mas referem-se a alguma coisa necessária para sua interpretação. Baseia-se na repetição de expressões no texto ou na recorrência de termos.

2)      Coesão recorrencial: Caracteriza-se pela repetição de algum tipo de elemento anterior; funciona como uma lembrança de um mesmo padrão, apesar de retomadas estruturais; o discurso segue adiante.

3)      Coesão sequencial: Tem o papel de desenvolvimento textual, assim como a recorrencial, faz o texto progredir, porém, não pela retomada de itens ou estruturas, mas pela sequência das sentenças por meio de conectivos.

 
Intertextualidade nos estilos literários

A intertextualidade abrange muitos campos. È utilizada em muitos tipos de texto sejam informativos, literários, cartas, poemas e muitos outros métodos de transmitir a linguagem. Na literatura, há tipos de intertextualidade referente a cada época em que foi criada. A seguir encontram-se os tipos de intertextualidade literária.
Quinhentismo
Trata das primeiras obras produzidas em terras Tupiniquins, pois ocorreu com a chegada dos portugueses ao Brasil. Pedro Álvares Cabral saiu de Portugal à procura de novas terras, levando consigo um escrivão, Pero Vaz de Caminha, que iria escrever alguns relatórios para informar Portugal da atual situação sobre os nativos, a terra e outros elementos contidos no novo local. A partir de então, deu-se início a literatura de informação. Outro escritor do movimento foi o Padre José de Anchieta que escreveu vários sermões, poesias, peças teatrais, tudo de cunho bíblico. O padre começou a estudar o tupi-guarani, e teve como resultado a confecção da primeira gramática da América Portuguesa, a gramática da língua geral.
Trovadorismo
Os trovadores eram nobres homens que escreviam músicas acompanhadas de instrumentos. As poesias e cantigas escritas por eles tinham bases nos valores teocentristas já que a igreja tinha grande poder. As poesias trovadorescas eram divididas em gêneros, como: Gênero Lírico, que eram as Cantiga de Amor, onde o homem sofria um amor platônico e Cantigas de Amigos, no qual eram escritas à mulheres que estavam aprendendo as emoções criadas pelo amor e a tristeza de mulheres quando o amado havia de ir para a guerra; Gênero Satírico, que era a Cantiga de Maldizer onde continham sátiras diretas, linguajar rude e palavras de baixo calão e a Cantiga de Escárnio, que há linguagens indiretas, palavras de duplo sentido e continha uma mistura de ironia e sutiliza.
Barroco
O Barroco é um período literário marcado pela contradição e pelos contrastes, prazeres da carne e buscar a salvação divina. As características mais marcantes do barroco são: linguagem rebuscada; antítese (tristeza e alegria/claro e escuro); pessimismo; literatura moralista; uso de hipérboles; uso de jogo de palavras.
Os principais autores desse período são o Padre Antônio Vieira, autor conhecido no movimento pelas suas cartas e sermões, tendo como texto famoso o Sermão da Sexagésima, e Gregório de Matos que é reconhecido por suas poesias eróticas, satíricas e líricas. 
Arcadismo
O Arcadismo tem como característica a adoração à natureza, defendem valores que fogem dos hábitos cotidianos, ressaltam o prazer pela vida no campo, na vida simples e pacata, fazendo crítica à vida do meio urbano, a linguagem é objetiva e trata, muitas vezes,  do romance com a mulher amada. O Arcadismo brasileiro apresentava aspectos de valorização da história do Brasil colônia, o nacionalismo, a luta pela independência e a tropicalidade. 
Romantismo
A manifestação foi de cunho artístico, literário, político e social, atingindo várias esferas da sociedade, diferentes pontos de vista em que os valores eram baseados no racionalismo e, ao contrário do pensamento objetivo e do raciocínio lógico, queria a subjetividade e as emoções em geral. Existiram, três gerações românticas: A primeira, usava a subjetividade, busca por coisas fora do comum, os sonhos, as emoções e as mulheres eram muito desejadas, mas seus admiradores nunca as conseguiam; A segunda geração o pessimismo era uma das principais ideias, assim como o gosto pela morte e ainda que nessa geração a mulher pudesse ser conquistada, os conquistadores não possuíam alegria; E por fim, a terceira geração se aproxima do Realismo, onde a mulher amada é alcançada e é divulgado as atitudes consideradas erradas na sociedade. Três marcos brasileiros são:  Álvares de Azevedo, Machado de Assis e Castro Alves.

Parnasianismo
Movida por ideias subjetivas, individualismo e o misticismo,  estreita as ideias com Romantismo, visando algo a mais do que o simples egocentrismo, usam temas que não tratam da realidade física, mas do misticismo, mexem com as sensações do ser humano, seja na música, na arte ou na literatura. O movimento prezava pelo detalhe, a riqueza de palavras e objetividade. As poesias parnasianas costumam ser bem formais, juntamente com uma linguagem bem diversificada. As características principais são: A poesia por si já basta; a poesia apresentava uma metrificação muito rigorosa; a sonorização das palavras; pertencem pelo soneto; os fatos, personagens, lugares, entre outros são descritos sem a interferência do autor, narrador ou poeta; o descrição; o poeta detém-se ao detalhe. Os escritores brasileiros do Parnasianismo não foram uma cópia fiel ao modelo que nasceu na França, pois os escritores daqui não abandonaram parte do subjetivismo encontrado nas gerações românticas. Os autores parnasianos brasileiros são: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, que dotaram o pessimismo, e o sensualismo.

Realismo
O movimento veio após o Romantismo. Nessa época, aconteceram muitas mudanças, principalmente nos pensamentos filosóficos. Várias tendências como: o positivismo, determinismo, darwinismo, socialismo e outros, se formavam. Essas filosofias serviram de grande influência para o movimento, que visava à observação da realidade, por meio da razão e da ciência. Eram fundamentadas no pensamento concreto, lógico e científico. A poesia do Realismo foca as criticas sociais, em descrever a realidade como realmente é.A descrição é uma característica marcante e a mulher é vista a apenas um objeto de prazer e dos homens.

Naturalismo
No Naturalismo, era comum tratar de sexo abertamente. O escritor brasileiro Aluísio de Azevedo representa o naturalismo no país, com suas obras publicadas, como: 'O mulato' e 'O cortiço'. O grande idealizador do movimento naturalista foi o francês Émile Zola, com seu livro 'O romance experimental'.
Pré-Modernismo e Modernismo
Pré-modernismo 
O pré-modernismo não é considerado um movimento literário e sim uma etapa de transição entre dois períodos. Muitos autores foram considerados pré-modernistas, pois antecederam esse período e não sofreram influencias de outros movimentos.
Os principais autores e obras do pré-modernismo são: Euclides da Cunha (Os Sertões); Monteiro Lobato (Reinações de Narizinho); Lima Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma); Graça Aranha (Canaã).

Modernismo 
No Brasil teve início a partir da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo em 1922. No modernismo há três fazes: Primeira Fase do Modernismo há a preocupação estética com a escrita e os textos são produzidos fora do caráter tradicional. As características desse período são: a pouca utilização de formas rígidas de escrita, textos no passado e a criação de grupos relacionados ao movimento; A Segunda Fase do Modernismo faz predomínio da prosa de ficção, utiliza textos regionalistas, narrativa surrealista, romance urbano e psicológico. A fase tem como autores na prosa: Graciliano Ramos; Rachel de Queiros; Érico Veríssimo; José Lins do Rego; Jorge Amado. E na poesia: Carlos Drummond de Andrade; Vinícius de Moraes; Cecília de Moraes; Porém, na Terceira Fase a influencia da Ditadura Militar e pela Guerra Fria, criam nesse período características intimistas e psicológicas. Essa fase contém uma divisão: A Prosa Urbana que mostra o predomínio de conflitos do indivíduo com seu meio social, tendo como principais autores Ruben Braga e Lygia Fagundes Telles; A Prosa Intimista, caracterizada pelo caráter psicológico, contendo Clarice Lispector e Antônio Olavo Pereira como principais autores;  E por fim a Prosa Regionalista que é marcado pelas obras de Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão, Veredas e Sagarana.