Didática
de intertextualidade
Por certo os alunos, quase em sua
totalidade, ao se depararem com uma charge, uma canção, outdoors que estão por
aí espalhados aos quatro cantos, conversas travadas cotidianamente, entre
outras situações, remetem-nas a outros contextos anteriormente ocorridos quando
presenciaram e/ ou ouviram algo. Trata-se de uma habilidade considerada
louvável, pois ao fazerem tais analogias, estão, de certo modo, revelando algum
conhecimento acerca de algo.
Assim sendo, no intuito de estabelecer
um gancho entre o referido assunto e questões voltadas à didática é que o
presente artigo se pauta por retratar algumas elucidações. Dessa forma, surge
como proposta inicial que o educador, a partir de exemplos cotidianos, explique
aos educandos sobre o diálogo constante que se estabelece entre os textos e
demais circunstâncias comunicativas com as quais convivemos no dia a dia. Para
que tal procedimento seja materializado de forma plena e, sobretudo, produza
bons resultados, é importante que seja evidenciada a questão do plágio, pois os
educando precisam ser hábeis em distinguir a diferença existente entre
inspiração e cópia, considerada como plágio.
Feito isso, de modo que os alunos se
sintam mais familiarizados com o assunto, uma boa sugestão é fazê-los perceber
que as relações intertextuais se encontram manifestadas nas diversas áreas do
conhecimento, entre elas:
Literatura
Noções acerca do conceito de paródia, paráfrase e epígrafe “emergem” como de suma importância. Nesse sentido, sugere-se o trabalho com alguns autores que marcaram presença nas estéticas literárias, evidenciando as marcas da recriação de acordo com suas respectivas posições ideológicas, ou seja, se assumem um caráter contestador ou não. Eis, assim, alguns exemplos:
Noções acerca do conceito de paródia, paráfrase e epígrafe “emergem” como de suma importância. Nesse sentido, sugere-se o trabalho com alguns autores que marcaram presença nas estéticas literárias, evidenciando as marcas da recriação de acordo com suas respectivas posições ideológicas, ou seja, se assumem um caráter contestador ou não. Eis, assim, alguns exemplos:
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[...]
Cassimiro de Abreu
MEUS OITO ANOS
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
[...]
Oswald de Andrade
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[...]
Cassimiro de Abreu
MEUS OITO ANOS
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
[...]
Oswald de Andrade
Canção do Exílio (texto original)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’
Como
era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
*Na música
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
*Na música
No
meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
[...]
Carlos Drummond
Carlos Drummond
Cara a cara
Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr
Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr
[...]
Chico Buarque
Chico Buarque
*Na linguagem publicitária
Tendo em vista o slogan do produto anunciado, “Mon Bijou deixa sua roupa uma verdadeira obra-prima”, infere-se que a qualidade do produto pode até mesmo ser comparada a tal, que no caso estabelece intertextualidade com a Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
*Nos provérbios:
“Uma boa noite de sono
combate os males”
“Quem espera sempre alcança”
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"
“Quem espera sempre alcança”
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"
“Pense,
antes de agir”
“Devagar se vai longe”
“Quem semeia vento, colhe tempestade”
“Devagar se vai longe”
“Quem semeia vento, colhe tempestade”
Bom Conselho
Ouça
um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(Chico Buarque, 1972)
A
partir dos exemplos em questão, tem-se a oportunidade de explorá-lo nas aulas
de redação, ao solicitar produções textuais alicerçadas em textos-base,
deixando a critério: podem optar pela paráfrase ou pela paródia, sendo que esta
última será explorada “conscientemente”, sem possíveis extrapolações.
Outra
oportunidade bastante sugestiva é o trabalho interdisciplinar fazendo uso das
aulas de Educação Artística, pois amplia horizontes rumo ao conhecimento que
une a habilidade do artista e as posições ideológicas inerentes a todos os
tempos.
Didática;
Período
simples e composto:
Se o aluno já sabe a diferença entre frase
e oração e
já conhece os termos
da oração, pode
avançar um pouco mais no estudo da sintaxe. Quando uma declaração se compõe
apenas uma oração, ela é classificada como oração absoluta ou período simples.
Se ela se compuser de duas ou mais orações, leva o nome de período composto.
O período composto também recebe
classificações: pode ser composto por coordenação, ou
por subordinação, ou ainda por coordenação e subordinação.
Vejamos, no exemplo abaixo, como se organizam as orações nesses períodos.
Imagine a seguinte situação: você
resolve abrir uma empresa. Como é seu primeiro negócio, propõe-se a cuidar
sozinho de todas as tarefas (é o caso do período simples). Mas depois de um
tempo, com o crescimento da clientela e do volume de trabalho, percebe que não
dará mais conta de tudo sozinho.
Hierarquia
Você pensa em duas alternativas: ou
chama alguém para fazer uma sociedade ou contrata funcionários. Se você
escolher a primeira opção, saberá que na hierarquia social da sua empresa você
e seu sócio estarão nivelados, ou seja, a relação entre vocês será de
igualdade, de parceria (e não a de chefe e subordinado).
Já se resolver contratar funcionários,
a hierarquia muda: o outro vem para ajudar você a realizar tarefas, portanto vem
completar algo na sua ação (que é a principal); a ação desse indivíduo, na
empresa, estará subordinada à sua.
Essa é uma relação semelhante a essa
que ocorre nas declarações que possuem mais de um núcleo verbal, ou seja, mais
de uma oração. Esses períodos podem ser de três tipos:
1) Composto por coordenação,
com orações “sócias” (coordenadas), que possuem autonomia, mas se unem para
tornar a informação mais completa e significativa;
Exemplo:
Ele sabia a verdade, mas ela negou tudo.
2) Composto por subordinação, com orações “funcionárias”
(subordinadas), que servem para completar uma oração principal, exercendo ou a
função de um substantivo, ou a de um adjetivo, ou a de um advérbio;
Exemplos:
Ele sabia que ela negaria tudo.
O crime que ela cometeu ainda
não apareceu na mídia.
Quando ela chegasse,
ele deixaria a sala.
3) Composto por coordenação e subordinação, com a mescla dos
tipos anteriores (coordenadas e subordinadas).
Exemplo:
Quando ela chegasse,
ele deixaria a sala e chamaria a polícia.
Em síntese, um período composto por
coordenação é formado por orações coordenadas; um período composto por
subordinação é formado por uma oração principal e outra(s) subordinada(s); e um
período composto por coordenação e subordinação possui os dois tipos de relações.
Revistaescola.abril.com.br
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