terça-feira, 22 de novembro de 2016

Grupo: Gilney, Mônica, Adriana, Alexandre e Geovane.  

Memórias de um Sargento de Milícias                   

 LISTA DE PERSONAGENS

 Leonardo: protagonista que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a que se refere o título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente nas últimas páginas do livro. 
Leonardo Pataca: pai de Leonardo, um meirinho (oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria das Hortaliças, o que resultará no nascimento de Leonardo. 
Maria das Hortaliças: mãe de Leonardo, uma saloia (camponesa) muito namoradeira, que abandona o filho para ficar com outro homem. 
O Compadre ou O Padrinho: é dono de uma barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai para ele. 
A Comadre ou A Madrinha: mulher gorda e bonachona, apresentada como ingênua, frequentadora assídua de missas e festas religiosas. 
Major Vidigal: homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão. Apesar do aspecto pachorrento, era quem impunha a lei de modo enérgico e centralizado. 
Dona Maria: mulher idosa e muito gorda, não era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o vício das demandas (disputas judiciais). 
Luisinha: sobrinha de dona Maria. Seu aspecto, inicialmente sem graça, se transforma gradualmente, até se tornar uma rapariga encantadora. 
Vidinha: mulata de 18 a 20 anos, muito bonita, que atrai as atenções de Leonardo. 

EXPERIÊNCIA DE TRABALHAR COM A OBRA

      A experiência em trabalhar com uma obra desconhecida foi de um enriquecimento acadêmico para os integrantes do grupo. A obra Memórias de um Sargento de Milícias é estudada no Ensino Médio e é material em muitos vestibulares em todo país. Ao ler a obra de Manuel Antônio de Almeida nos deparamos com o primeiro personagem Pícaro da Literatura Brasileira. O herói que foge dos padrões dos heróis do período Romantismo e tem característica que antecede o próximo período o Realismo.
      O título possui uma ambiguidade, se as memórias são contadas na obra é de um sargento que descreve sua própria estória ou de alguém contando as memórias de um sargento. Neste caso, o segundo caso é válido. O sargento é a pessoa que é lembrada.
       A obra é escrita em 3º pessoa, o autor não participa ativamente da narração, o autor fica de fora, limitando- se somente a nos repassar o que vê. Assim o narrador é onisciente no qual oscila em dar palpites no decorrer da narração.
“ Os leitores devem já estar fatigados de histórias de travessuras de crianças; já conhecem suficientemente o que foi o nosso memorando em sua meninice(...)”,p 49
 “ Os leitores devem estar lembrados do que o compadre dissera quando estava a fazer castelos no ar a respeito do afilhado, e pensando em dar-lhe o mesmo ofício que exercia(...), p 25, dentre outras.
     
      O sargento descrito na obra é um personagem que realmente existiu. Ao pesquisarmos descobrimos que o autor trabalhou no jornal com um senhor de certa idade chamado Antônio Ramos que contava seus casos vividos no tempo de sargento. Foi destes relatos que inspirou o autor a descrever a obra.
      Essa obra surgiu por necessidade; houve uma quebra de ruptura de contrato entre o autor e o jornal. E a necessidade de ser publicado algo no folhetim, o autor então passa a escrever anonimamente o romance, assumindo o pseudônimo de “Um Brasileiro”.
      Para Massaud Moisés a obra é considerada como pré-realismo, pela aproximação com a realidade das classes média do Rio de Janeiro.

      “A novela de Manuel Antônio de Almeida ocupa um lugar especial no cenário de nossa ficção romântica, graças à sua originalidade, aparentemente fruto de geração espontânea, e que não deixou continuadores. É o que nos permite vislumbrar o capítulo introdutório, cujos ingredientes mais importantes destoam de tudo quanto oferece a prosa coeva. Note-se que a ação transcorre nos tempos do rei, D. João VI: sabemos que durante o fastígio romântico, a ficção histórica foi amplamente cultivada; entretanto, o distanciamento cronológico das Memórias de um Sargento de Milícias é de poucos anos, o que autoriza a classificá-las antes de novela de memórias que histórica.”
(Massaud Moisés, A Literatura Brasileira através dos textos, Cultrix, São Paulo, 1º ed 1971, 173.)

      Todos os personagens cometem erros e no decorrer do Romance o leitor irá perceber que eles utilizam de malandragem para chegar a seus objetivos, inclusive o personagem principal Leonardo, mas, apesar de suas travessuras e malandragem; se torna, com a ajuda do Sargento Vidigal, Sargento de Milícia e se casa com sua amada Luisinha.
      A obra traz conceito do gênero narrativo Romance e o conceito do gênero narrativo Novela. Considerada híbrida, por a obra ser simples demais para ser um romance e complexa para ser uma novela. Do ponto de vista de personagem a obra seria um romance, já no ponto de vista de capítulo seria uma novela.
      O espaço da obra é o Rio de Janeiro periférico, nas camadas baixa e média. Relata os mundos das mulatas, dos meirinhos, das crenças religiosas popular, acentuando nos aspectos social e cultural. Relatam à convivência das ruas, praças, as andanças dos personagens pelo Rio de Janeiro; e não a vida íntima dos casais que era predominância do estilo Romantismo.
      As personagens em geral são planos ou esféricos, são psicologicamente artificiais, não possui uma profunda dúvida existencial, prioriza mais a ação do que a reflexão dos personagens. Os personagens não surpreendem o leitor e possuem características sociais (não apenas o nome), mas as funções sociais que aparecem no enredo; os personagens são caricatos e engraçados.
      A verossimilhanças do Romance urbano é menos fantasiada, com personagens mais reais do que outros Romances. Ao nos deparamos com as estórias dessas personagens, notamos o quanto elas carregam em suas trajetórias todas as características da sociedade da época, como os costumes, as culturas, a religião e suas peculiaridades e as questões sociais. Sendo assim, uma aproximação mais fidelíssima à realidade é apresentada na obra.

      O grupo observou ao ler a obra que todos os personagens cometem deslize e tentam se safar deles; e que as leis não se valiam a todos, estes comportamentos são o que mais se aproxima com a realidade nos dias de hoje. 

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