Grupo: Gilney, Mônica, Adriana, Alexandre e Geovane.
Memórias de um Sargento de Milícias
LISTA DE PERSONAGENS
Leonardo: protagonista
que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a que se refere o
título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente nas
últimas páginas do livro.
Leonardo Pataca: pai
de Leonardo, um meirinho (oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em
Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria das Hortaliças, o que
resultará no nascimento de Leonardo.
Maria das Hortaliças: mãe de Leonardo, uma
saloia (camponesa) muito namoradeira, que abandona o filho para ficar com outro
homem.
O Compadre ou O Padrinho: é
dono de uma barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais abandonarem a
criança. Torna-se um segundo pai para ele.
A Comadre ou A Madrinha: mulher
gorda e bonachona, apresentada como ingênua, frequentadora assídua de missas e
festas religiosas.
Major Vidigal: homem alto, não muito
gordo, com ares de moleirão. Apesar do aspecto pachorrento, era quem impunha a
lei de modo enérgico e centralizado.
Dona Maria: mulher idosa e muito gorda, não
era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era rica e devotada aos pobres.
Tinha, contudo, o vício das demandas (disputas judiciais).
Luisinha: sobrinha de dona Maria. Seu
aspecto, inicialmente sem graça, se transforma gradualmente, até se tornar uma
rapariga encantadora.
Vidinha: mulata de 18 a 20 anos, muito
bonita, que atrai as atenções de Leonardo.
EXPERIÊNCIA
DE TRABALHAR COM A OBRA
A experiência em trabalhar com uma obra
desconhecida foi de um enriquecimento acadêmico para os integrantes do grupo. A
obra Memórias de um Sargento de Milícias
é estudada no Ensino Médio e é material em muitos vestibulares em todo país. Ao
ler a obra de Manuel Antônio de Almeida nos deparamos com o primeiro personagem
Pícaro da Literatura Brasileira. O herói que foge dos padrões dos heróis do
período Romantismo e tem característica que antecede o próximo período o
Realismo.
O título possui uma ambiguidade, se as memórias são
contadas na obra é de um sargento que descreve sua própria estória ou de alguém
contando as memórias de um sargento. Neste caso, o segundo caso é válido. O
sargento é a pessoa que é lembrada.
A
obra é escrita em 3º pessoa, o autor não participa ativamente da narração, o autor
fica de fora, limitando- se somente a nos repassar o que vê. Assim o narrador é
onisciente no qual oscila em dar palpites no decorrer da narração.
“ Os leitores
devem já estar fatigados de histórias de travessuras de crianças; já conhecem
suficientemente o que foi o nosso memorando em sua meninice(...)”,p 49
“ Os leitores devem estar lembrados do que o
compadre dissera quando estava a fazer castelos no ar a respeito do afilhado, e
pensando em dar-lhe o mesmo ofício que exercia(...), p 25, dentre outras.
O sargento
descrito na obra é um personagem que realmente existiu. Ao pesquisarmos
descobrimos que o autor trabalhou no jornal com um senhor de certa idade
chamado Antônio Ramos que contava seus casos vividos no tempo de sargento. Foi
destes relatos que inspirou o autor a descrever a obra.
Essa obra surgiu por necessidade; houve
uma quebra de ruptura de contrato entre o autor e o jornal. E a necessidade de
ser publicado algo no folhetim, o autor então passa a escrever anonimamente o romance,
assumindo o pseudônimo de “Um Brasileiro”.
Para Massaud Moisés a obra é considerada
como pré-realismo, pela aproximação com a realidade das classes média do Rio de
Janeiro.
“A novela
de Manuel Antônio de Almeida ocupa um lugar especial no cenário de nossa ficção
romântica, graças à sua originalidade, aparentemente fruto de geração
espontânea, e que não deixou continuadores. É o que nos permite vislumbrar o
capítulo introdutório, cujos ingredientes mais importantes destoam de tudo
quanto oferece a prosa coeva. Note-se que a ação transcorre nos tempos do rei,
D. João VI: sabemos que durante o fastígio romântico, a ficção histórica foi
amplamente cultivada; entretanto, o distanciamento cronológico das Memórias de
um Sargento de Milícias é de poucos anos, o que autoriza a classificá-las antes
de novela de memórias que histórica.”
(Massaud Moisés, A Literatura
Brasileira através dos textos, Cultrix, São Paulo, 1º ed 1971, 173.)
Todos os personagens cometem erros e no
decorrer do Romance o leitor irá perceber que eles utilizam de malandragem para
chegar a seus objetivos, inclusive o personagem principal Leonardo, mas, apesar
de suas travessuras e malandragem; se torna, com a ajuda do Sargento Vidigal,
Sargento de Milícia e se casa com sua amada Luisinha.
A obra traz conceito do gênero narrativo
Romance e o conceito do gênero narrativo Novela. Considerada híbrida, por a
obra ser simples demais para ser um romance e complexa para ser uma novela. Do
ponto de vista de personagem a obra seria um romance, já no ponto de vista de
capítulo seria uma novela.
O espaço da obra é o Rio de Janeiro
periférico, nas camadas baixa e média. Relata os mundos das mulatas, dos
meirinhos, das crenças religiosas popular, acentuando nos aspectos social e
cultural. Relatam à convivência das ruas, praças, as andanças dos personagens
pelo Rio de Janeiro; e não a vida íntima dos casais que era predominância do
estilo Romantismo.
As personagens em geral são planos ou
esféricos, são psicologicamente artificiais, não possui uma profunda dúvida
existencial, prioriza mais a ação do que a reflexão dos personagens. Os
personagens não surpreendem o leitor e possuem características sociais (não
apenas o nome), mas as funções sociais que aparecem no enredo; os personagens
são caricatos e engraçados.
A verossimilhanças do Romance urbano é
menos fantasiada, com personagens mais reais do que outros Romances. Ao nos
deparamos com as estórias dessas personagens, notamos o quanto elas carregam em
suas trajetórias todas as características da sociedade da época, como os
costumes, as culturas, a religião e suas peculiaridades e as questões sociais.
Sendo assim, uma aproximação mais fidelíssima à realidade é apresentada na
obra.
O grupo observou ao ler a obra que todos os
personagens cometem deslize e tentam se safar deles; e que as leis não se
valiam a todos, estes comportamentos são o que mais se aproxima com a realidade
nos dias de hoje.
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