Capitães da Areia, de Jorge Amado
Capitães da Areia, de Jorge Amado, tem como tema principal a sociedade, em específico os garotos de rua. A obra mostra as diferenças de classe, a má distribuição de renda e os efeitos da marginalidade na vida de crianças e adolescentes. A obra foi publicada em 1937 e pertence à primeira fase do escritor.
A narrativa, de cunho documental e realista, aborda a crueldade da vida dos meninos de rua, a luta diária por alimento e dinheiro. As desigualdades sociais e o comportamento violento dos meninos são abordados como frutos da marginalização; da desonestidade, do egoísmo e do pouco caso das classes dominantes. Mas o livro também mostra a pureza das crianças.
O ENREDO DE CAPITÃES DA AREIA
Capitães da Areia é dividido em quatro partes e a primeira é composta por supostas cartas em resposta a uma matéria sobre os capitães da areia. Algumas pessoas defendem e outras acusam o grupo. São quarenta meninos, mais ou menos, entre nove e dezesseis anos, sujos, que dormiam nas ruínas de um trapiche. Liderados por Pedro Bala, eles roubam para sobreviver, e desde muito jovens já bebiam e fumavam. Além desses pequenos expedientes, os Capitães da Areia praticavam roubos maiores, o que os tornou conhecidos, temidos e procurados pela polícia, que estava em busca do esconderijo e do chefe dos capitães.
Esses meninos se pegos, seriam enviados para o Reformatório de Menores, visto pela sociedade como um estabelecimento modelar para a criança em processo de regeneração, com trabalho, comida ótima e direito a lazer. No entanto, esta não era a opinião dos menores infratores. Sabendo que lá estariam sujeitos a todos os tipos de castigo, preferiam as agruras das ruas e da areia à falsa instituição.
Um dia, a cidade de Salvador teve uma epidemia de varíola. Como os pobres não tinham acesso à vacina, muitos morriam isolados no lazareto. Almiro, o primeiro do grupo a ser infectado, ali morreu. Já Boa-Vida teve outra sorte; saiu de lá, andando.
Quando roubavam um palacete de um ricaço na ladeira de São Bento, foram presos. Parte do grupo conseguiu fugir da delegacia, graças à intervenção de Bala que acabou sendo levado para o Reformatório. Ali sofreu muito, mas conseguiu fugir. Em liberdade, preparou-se para libertar Dora (que entrou para o bando tempos antes).
Um mês no Reformatório feminino foi o suficiente para acabar com a alegria e saúde da menina que, ardendo em febre, se encontrava na enfermaria. Após invadirem o reformatório, Pedro, Professor e Volta-Seca fugiram, levando Dora consigo. Não resistindo, ela morreu na manhã seguinte. Don’aninha embrulhou-a em uma toalha de renda branca e Querido-de-Deus levou-a em seu carro, jogando-a em alto mar. Dali pra frente, cada um seguiu seu rumo na vida.
OS PERSONAGENS DE CAPITÃES DA AREIA
Pedro Bala (em cerca de 90% do livro, ele foi o chefe dos Capitães da Areia, retirando do poder Raimundo, o antigo líder), Dora (chega no meio do romance com treze para quatorze anos e era a única mulher do grupo e se adaptou bem a ele), Professor (único parcialmente estudado do grupo, pois era o único que sabia ler), Gato, Volta-Seca, Sem Pernas, João Grande, Pirulito, Boa Vida, João-de-Adão, Don’Aninha, Padre José Pedro e Querido-de-Deus.
DESENVOLVIMENTO DA OBRA CAPITÃES DA AREIA
Capitães da Areia passa toda em Salvador contando a história dos meninos de rua, que assaltavam para sobreviver. O líder do bando se apaixona pela única menina que passa a integrar o grupo tempo depois de a história começar.
PROBLEMÁTICA DA OBRA CAPITÃES DA AREIA
Os meninos assaltavam para garantir seu “sustento” e são presos durante uma das ações. Os dois personagens principais conseguem libertar o grupo, mas acabam sendo pegos pela polícia.
CLÍMAX DA OBRA CAPITÃES DA AREIA
Quando Dora e Pedro Bala são presos, mas depois saem do reformatório e se encontram para uma noite de amor.
DESFECHO DA OBRA CAPITÃES DA AREIA
Após serem libertados, Pedro Bala e Dora passam uma noite de amor, mas ela acaba morrendo na manhã seguinte devido aos tratamentos que recebeu quando presa.
A LINGUAGEM DE CAPITÃES DA AREIA
É coloquial com expressões ditas no cotidiano sem formalidade e sem censura.
O ESPAÇO/TEMPO EM CAPITÃES DA AREIA
A história se passa toda na Bahia, em Salvador. A obra acontece na década de 1930.
NARRADOR E FOCO NARRATIVO DE CAPITÃES DA AREIA
Narrada em terceira pessoa, sendo o autor, Jorge Amado, apenas expectador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles.
CONTEXTO HISTÓRICO DE CAPITÃES DA AREIA
A obra, escrita na década de 1930, tem relação com o colapso econômico do Brasil após a queda da Bolsa de Nova York. Foi quando o Brasil viveu a Revolução de 30, reflexo da revolta de jovens militares, da população de classe média, do proletariado urbano e das oligarquias nordestinas e sulistas. Jorge Amado foi um dos mais importantes militantes dessa época e um dos autores responsáveis pela criação de um estilo novo na literatura, moderno e liberto da linguagem tradicional. Nele, incorporou-se a linguagem regional e as gírias locais.
ESCOLA LITERÁRIA DE CAPITÃES DA AREIA
Modernismo.
SOBRE O AUTOR DE CAPITÃES DA AREIA
Jornalista e romancista, Jorge Amado nasceu na cidade de Itabuna, na Bahia, em 1912. Filho do Coronel João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado, passou a infância em Ilhéus. Cursou o secundário em Salvador, e viveu a adolescência no mesmo lugar, onde teve os primeiros contatos com a vida popular, que marcaria profundamente a sua obra.
Estreou na literatura em 1930, com a publicação da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Foi traduzido para 48 idiomas e dialetos. Teve também romances adaptados para o cinema, o teatro, o rádio e a televisão.
GRUPO: Evelyn, Larissa e Mariana
Bom trabalho
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